Nova Lei dos Solos: Uma revolução na construção em terrenos rústicos
- Ana Carolina Santos
- 27 de jan.
- 2 min de leitura
O panorama da construção em Portugal está prestes a mudar significativamente com a publicação do decreto-lei que altera o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). Esta nova legislação, que entrará em vigor em fevereiro de 2025, abre portas para a construção em solos anteriormente classificados como rústicos, incluindo áreas da Reserva Ecológica Nacional (REN) e Reserva Agrícola Nacional (RAN).
Principais alterações e objetivos
Permite a construção em solos rústicos, com salvaguardas para zonas críticas;
Visa aumentar a oferta de habitação a preços acessíveis;
Foca-se na criação de soluções habitacionais para a classe média.
O que muda na prática?
Reclassificação de Terrenos:
A mudança de solo rústico para urbano será decidida pelas Assembleias Municipais
Prazo de 5 anos para iniciar operações urbanísticas após reclassificação
Distribuição da Área de Construção:
70% da área total deve ser para habitação pública ou de valor moderado
Foco em habitação para a classe média, não a "custos controlados"
Salvaguardas Ambientais:
Mantém-se a proibição de construção em terras de elevada aptidão agrícola
Proteção dos valores naturais fundamentais da REN
Papel dos Municípios:
Podem determinar reclassificação para solo urbano através de alteração simplificada do PDM
Ênfase em projetos com finalidade habitacional
Áreas excluídas da reclassificação
Sistema Nacional de Áreas Classificadas
Zonas de risco ou inundação
Áreas da orla costeira
Cursos de água e dunas
Terras classificadas como classe A1, A e B (mantidas na RAN)
Impacto no plano 'Construir Portugal'
Esta alteração legislativa é vista pelo Governo como um passo crucial para:
Expandir a oferta habitacional
Promover políticas habitacionais mais eficazes e sustentáveis
Alinhar o desenvolvimento urbano com as necessidades da população
Para refletir
A nova Lei dos Solos representa uma mudança significativa no panorama da construção e do planeamento urbano em Portugal. Embora prometa aumentar a oferta de habitação e potencialmente reduzir os preços, levanta questões importantes sobre o equilíbrio entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental. Como arquitetos e urbanistas, temos a responsabilidade de garantir que esta nova fase de desenvolvimento seja conduzida de forma sustentável e respeitosa com o ambiente. É crucial que os projetos futuros não só aproveitem as novas oportunidades, mas também contribuam para comunidades mais equilibradas e habitáveis.
Na AC-Arquitetos, estamos preparados para navegar neste novo cenário legislativo, oferecendo soluções inovadoras que equilibram as necessidades habitacionais com a preservação ambiental. Se está a considerar um projeto de construção ou tem dúvidas sobre como esta nova lei pode afetar os seus planos, não hesite em contactar-nos. A nossa equipa de especialistas está pronta para o ajudar a transformar estas novas possibilidades em realidades arquitetónicas sustentáveis e inspiradoras.