Segurança em primeiro lugar: A importância da Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica
- Ana Carolina Santos
- 4 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de mar.
Em Portugal, país com histórico sísmico, garantir a segurança das edificações é fundamental. O Relatório de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica (RAVS) surge como uma ferramenta essencial para avaliar a resistência de um edifício face a sismos.
O que é o Relatório de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica?
Este documento técnico, elaborado por engenheiros especializados, analisa detalhadamente a capacidade de uma estrutura resistir a forças sísmicas.
O relatório inclui:
Avaliação da resistência sísmica da estrutura
Análise dos materiais de construção e da fundação
Identificação de áreas vulneráveis
Recomendações para melhorar a resistência a sismos
Quando é obrigatório elaborar um RAVS?
A Portaria nº 302/2019 estabelece as situações em que o RAVS é obrigatório:
Obras de ampliação, alteração ou reconstrução quando se verifique uma das seguintes condições:
Sinais evidentes de degradação da estrutura
Alteração do comportamento estrutural do edifício
Custo de construção superior a 25% do custo de construção nova equivalente
Área intervencionada superior a 25% da área bruta de construção
Edifícios de classe de importância III (escolas) ou IV (hospitais, bombeiros, etc.) com limites reduzidos para 15%.
Submissão do RAVS
O RAVS deve ser entregue na fase de apreciação do projeto de arquitetura, permitindo uma análise da viabilidade estrutural logo no início do processo. Esta análise permite aos projetistas definir uma estratégia para a reabilitação do edifício, influenciando a intervenção arquitetónica e dando ao Dono de Obra um conhecimento prévio das necessidades estruturais.
Estrutura do estudo de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica
O relatório segue uma estrutura definida, que inclui:
Parte I - Caracterização, Inspeção e Diagnóstico:
Levantamento e análise da informação existente
Caracterização geométrica da estrutura
Caracterização mecânica dos materiais
Caracterização das anomalias estruturais
Tipo de terreno
Parte II - Avaliação da Segurança Estrutural:
Avaliação da vulnerabilidade sísmica (NP EN 1998-3:2017)
Avaliação da segurança estrutural
Métodos de Análise Expedita
Parte III - Conclusões e Fluxo Procedimental
Benefícios do estudo de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica
Segurança dos ocupantes: Redução do risco de colapso durante um sismo.
Proteção do património construído: Minimização de danos materiais e custos de reparação.
Planeamento de mitigação: Informações valiosas para políticas de construção e medidas preventivas.
A elaboração do RAVS requer a compreensão das características sísmicas da área, a atividade sísmica histórica, as propriedades do solo e as normas aplicáveis.
Quando é necessário um Projeto de Reforço Sísmico?
Se o RAVS concluir que o edifício não satisfaz as exigências de segurança (90% da ação sísmica definida na norma NP EN 1998-3), é obrigatório elaborar um projeto de reforço sísmico/estrutural.
Para refletir
A realização de um Estudo de Avaliação de Vulnerabilidade Sísmica é um passo crucial para garantir a segurança e a durabilidade das edificações, especialmente em zonas sísmicas. Este estudo não só cumpre requisitos legais, mas também oferece um conhecimento valioso para a tomada de decisões informadas sobre intervenções e reforços estruturais.
